quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Repetição

Algumas vezes, quando a noite esfria e eu não consigo mais dormir, flagro-me sentada na ponta da cama, agarrada aos joelhos dobrados como se aquilo evitasse que até minha alma me abandonasse ali sozinha. Enquanto as lágrimas escorrem, eu rezo para o telefone tocar e clarear o quarto, torço para ser sua voz do outro lado da linha iluminando minha noite sem lua.
No entanto, não há ninguém discando meu número agora. E eu não faço idéia de onde você foi ou o que está fazendo. Afogo em mim mesma outra vez. Sufoco no mar vazio que há em mim e espero... espero desesperadamente a sua volta. Deixo qualquer ponta de esperança apossar-me, eu preciso viver para... Para que afinal eu preciso permanecer viva? Se você não precisa de mim, então nada mais faz sentido. Eu vou apenas cantar para mim mesma outra vez, chorar outra noite e, no dia seguinte, limpar as lágrimas e acordar. Algum dia eu ficarei bem.